Em Neonomicon Alan Moore presta uma homenagem a H.P. Lovecraft em duas histórias de horror. Na primeira, um agente disfarçado do FBI tenta resolver o mistério que envolve uma turma de assassinos em série, tão bizarros quanto idênticos. Ao rastrear uma determinada droga, ele persegue o seu traficante, mas seu disfarce o leva tão longe que se vê em visa de se tornar um usuário.
Esta história por si só é auto-suficiente, embora bastante leve, e quem não conhece as obras de Lovecraft pode se pegar imaginando se o livro teria algo tão retumbante.
Mas Neonomicon não pára por aí. E este é um dos momentos mais transviados e negros de Alan Moore. Na sequência da história anterior, mais dois agentes são enviados para investigar o agente desaparecido. Também vão disfarçados, e se envolver em um estranho culto de sexo no melhor estilo Lovecraft, investigando os praticantes do culto até que também se encontrem atolados em suas profundezas.
Sem revelar nada, porque o elemento surpresa é a arma mais poderosa do livro, o conteúdo sexual é explícito e desagradável. Isso não acontece necessariamente em detrimento do livro, mas no que vai depender do ponto de vista do leito. Mas certamente não é o tipo de leitura que deve cair nas mãos de crianças.
Se o leito tiver estômago para sexo hardcore, terá em mãos um livro imensamente poderoso. Ele se baseia fortemente no universo gótico-americano de Lovecraft, tanto como ficção tanto em uma perspectiva real, com Alan Moore sabendo encontrar personagens que poderiam muito bem transformar a ficção em realidade. E o artista preferido do escritor, Jacen Burrows, consegue dar vida e cor a este universo tão únicamente distorcido.
Neonomicon não é para os fracos de coração ou os que se chocam facilmente, mas uma ótima pedida par os fãs de Lovecraft, talvez mais do que para os fãs de Moore, ou os que são suscetíveis às emoções perturbadoras dessas histórias sombrias e bizarras.
Neonomicon.01
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